Minhas Poesias

Odeio-te

Ó tempo! Quanto tempo de tempo, tanto
tempo, para lavrar o meu amor?
Amor! Tempo seu só se espera no amor!
Porque, é o tempo do amor, o tempo do tempo. Quanto?

Amar
Sonhar
Chorar
Esperar
Em tempo
Do tempo
No momento
                                                         Amo-te
Marcelo Pina Araújo



Tudo conquista o amor, quando
Conquista uma alma; porem o primeiro
 rendido é o entendimento.
PADRE ANTÓNIO VIEIRA

Ei-la, presença desdém ao livre arbítrio,
na minha república ela implantou a ditadura
do meu amor; frívolo é a trilogia francesa:
aulido-as e cogito-as, todavia, sou servo.

Vãs as luzes do iluminismo, neste estado-amor
Sua magnificência votou ad aeternum na urna
os imutáveis sentimentos, imanentes à minha
condição de criança neste estado-amor.

Rainha de todas as outras luzes, deusa do amor,
usurpadora e rainha dos meus fogos. Nulo é o voto
que a elegeu à rainha vitalícia do meu vulcão.
Haver-me-ei de pelejar a coação do amor
no tribunal do meu sentir onde eu sou o réu
e ela a julgadora juíza em delito próprio.

Marcelo Pina Araújo
25/10/10





                             Teu corpo


Pego na pena, cogito meu amar.
Pego na pena, desnudo minha alma.
Pego na pena, sonetos por ti feitos à luz de luar.
Pego na pena, com tintas coloridas, eis-nos, envoltos na cama.

Ad hominem: “não sei se dentro de ti existe um pouco de mim,
sei, que no pouco de mim existe muito de ti”.
Confundíramos: ti e mim!?

Pego na pena, ei-la, pelejar dos sentimentos que escutam o teu soluçar.
Pego na pena, desnudo teu corpo, deleito no dia seguinte ao presente!
Pego na pena, esse amor quer-me-ia deixar…!?

Pego na pena, sinto o teu perfume.
Pego na pena, resvalo nos nossos beijos.
Pego na pena, escalda meu corpo quando percorro teu lume.
Pego na pena, química, reacção, gemidos, quimiotaxia no entrelaçar dos beijos.


Marcelo Pina Araújo
08/09/2010