segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Acordar

                                                                             Acordar

Soprara-me melífluas palavras aos ouvidos,

aquiesci acordar no raiar a manhã,

tal-qualmente, assobios do vento desvenda

a neblina entrincheirada na ermida do  meu amar.


Cogito o caos e cosmos persiste ela, tálus dentro de mim.

Soprara-me no pretérito e está soprando

melífluas palavras, tal-qualmente, as folhas que

lá fora zumbam ao sabor do vento.

A natureza pródiga e auscultadora chove verbete,

ponho-o a nu e leio: no teu jardim ela é a rosa.

Contumaz natureza! Chove verbete, desnudo-o

e leio: no teu jardim ela é a rosa e tu o topiário.

Sopra-me melífluas palavras aos ouvidos.

Marcelo Araújo

1 comentário:

GI disse...

Estive a espreitar, gostei.
Já deixei o "Vicio dos Blogues". Mas virei aqui sempre saborear os teus poemas.
Gi